Sem
cirurgia05/08/2013 | 11h25
Exame
detecta fibrose no fígado de pacientes com hepatite em dez minutos
Apenas três estados e o Distrito
Federal contam com procedimento na rede pública
O que era
um procedimento cirúrgico, agora pode ser diagnosticado em cerca de dez
minutos. A detecção da presença de fibrose no fígado de pacientes com hepatites
B e C, antes feita por meio de cirurgia, pode ser feita pela elastografia,
exame que não é invasivo e se assemelha a uma ultrasson. O procedimento,
entretanto, ainda é para poucos, pois na rede particular chega a custar R$ 3
mil e a rede pública ainda tem poucos aparelhos.
A chefe
da unidade de gastrologia do Hospital de Base do Distrito Federal (DF), Carmem
Alves Pereira, explica que, quando descobre que tem hepatite B ou C, o paciente
deve logo fazer um exame para saber o nível de comprometimento do fígado, para,
a partir dessa informação, ter um tratamento adequado.
O exame
tradicional exige um procedimento cirúrgico, com anestesia, para ter acesso
direto ao órgão e assim saber em que estado se encontra. Carmem diz que, como
toda cirurgia, o procedimento oferece riscos, por isso a importância da
elastografia.
A médica
diz que o DF possui três Fibroscan, aparelho usado para fazer a elastografia,
na rede pública. Os aparelhos ficam no Hospital de Base do DF, na Unidade Mista
da Asa Sul e no Hospital Regional de Taguatinga. Cada um custou cerca de R$ 750
mil. São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro também contam com o exame na rede
pública. A Associação Brasileira de Portadores de Hepatite (ABPH) em breve vai passar
a oferecer em São Paulo este exame gratuitamente à população.
A
estimativa do Ministério da Saúde é que no Brasil 800 mil pessoas estejam
infectadas pelo vírus B e 1,5 milhão de pessoas pela hepatite C. Da infecção
até a fase da cirrose hepática, pode levar de 20 a 30 anos, em média, sem
nenhum sintoma.
Humberto
Silva, presidente da ABPH, só descobriu que tinha hepatite C depois de 38 anos
com a doença.
—
Carreguei o vírus por 38 anos, sem dor, sem nenhum sinal. Quando descobri,
estava com cirrose hepática, caminhando para um transplante ou quem sabe para o
óbito — relembra Silva.
Segundo
Silva, há dados da Organização Mundial de Saúde mostrando que apenas 5% das
pessoas com hepatite sabem que têm o vírus. Nem sempre há sintomas, mas os
especialistas alertam que cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos,
dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras podem ser
sinais da doença.
Pelos
dados oficiais da Organização Mundial da Saúde, 1,4 milhão de pessoas morrem
por ano em decorrência das diversas formas de hepatite. Apenas 37% dos 126
países analisados pela organização dispõem de estratégias para prevenção e
tratamento. O Ministério da Saúde informa que, no Brasil, as hepatites virais
mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C.
No
Brasil, há vacinas para a prevenção das hepatites A e B. O Ministério da Saúde
oferece vacina contra a hepatite B nos postos de saúde do SUS e contra a
hepatite A nos centros de Referência de Imunobiológicos Especiais. Não há
vacina contra a hepatite C.
Fonte:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2013/08/exame-detecta-fibrose-no-figado-de-pacientes-com-hepatite-em-dez-minutos-4223662.html
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