Domingo é o Dia Mundial de Combate às
Hepatites Virais
Publicado
em 25/07/2013 às 17:39:59
O próximo domingo, 28, é o Dia
Mundial de Combate às Hepatites Virais. Consideradas doenças silenciosas, as
hepatites virais nem sempre apresentam sintomas. No Brasil, milhões de pessoas
não sabem que são portadoras do vírus que ataca o fígado.
Os vírus mais comuns em Santa Catarina são do tipo A, B e C, e provocam
cansaço, dor abdominal, fezes claras, peles e olhos avermelhados, febre,
tontura, enjôo e/ou vômitos, além de urina escura. Desde maio, a vacina contra
a hepatite B está disponível nos postos de saúde para todas as pessoas de zero
a 49 anos. Além dessa faixa etária, há outros grupos prioritários que também
podem tomar a vacina via SUS (veja quadro abaixo).
Fábio Gaundenzi, diretor da Vigilância Epidemiológica (DIVE), explica
que a hepatite B é transmitida pelo sangue e/ou nas relações sexuais sem o uso
de preservativo. Segundo ele, também é possível pegar a doença pelo
compartilhamento de agulhas e seringas, lâminas de barbear ou de depilação,
materiais de manicure, escovas de dentes ou por meio de materiais para a
confecção de tatuagens e colocação de piercings.
O diretor da DIVE destaca que a gestante portadora de hepatite B também
pode transmitir o vírus para o seu bebê. Por isso, é importante que a grávida
realize o teste para a detecção do vírus no pré-natal. “As principais formas de
prevenção contra a hepatite são o uso do preservativo e a vacina”, acrescenta o
infectologista.
Desde maio, o Ministério da Saúde (MS) ampliou a vacinação contra
Hepatite B para o grupo etário de 30 a 49 anos em todo o território brasileiro.
Até então, eram imunizadas gratuitamente pessoas de zero a 29 anos. A vacina
está disponível nas 1.070 salas de vacina da rede pública de saúde distribuídas
em todo o Estado e também no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais
(CRIE), em Florianópolis, para os grupos prioritários.
Uma das estratégias para controlar a epidemia de hepatite B, que tem
como principal fator de risco a transmissão sexual (50%), é a intensificação da
vacina para todas as pessoas com idade até 49 anos. Para isso, é
necessária ampla divulgação pelos meios de comunicação à população e que os
municípios também desenvolvam atividades como intensificação, busca ativa de
faltosos e monitoramento de cobertura vacinal. “O objetivo é alcançarmos uma
cobertura mínima de 95% dessa população alvo”, destaca Gaudenzi.
A hepatite C é transmitida principalmente pelo sangue. As outras
formas de transmissão são semelhantes às da hepatite B. Porém, a sexual é menos
freqüente. Mas pessoas que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados
antes de 1993 podem ter contraído a doença.
Atualmente, a prevenção da hepatite C é feita pelo rigoroso controle de
qualidade dos bancos de sangue de Santa Catarina, tornando mínimo o risco da
transmissão da doença por meio de transfusões.
Registros epidemiológicos referentes ao período entre 1994 e 2012
revelam que foram notificados 9.544 casos da doença em Santa Catarina. Do
total, 67% são em homens e 33% nas mulheres. A faixa etária mais atingida é a
de 30 a 49 anos, o que corresponde a 58% dos casos notificados. A
categoria de exposição predominante é a de usuário de drogas
injetáveis/inaláveis, que representa 23% dos casos notificados.
“Na ausência de uma vacina contra a hepatite C, o melhor é optar pela
prevenção, evitando o compartilhamento de escovas de dente, lâminas, tesouras
ou objetos de uso pessoal, bem como seringas e outros instrumentos usados na
preparação e consumo de drogas injetáveis e inaláveis”, orienta Gaudenzi. A
imunização contra hepatite B é realizada em três doses, com intervalo de um mês
entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira
dose (0, 1 e 6 meses). A vacina, após administração do esquema completo, induz
imunidade em 90% a 95% dos casos.
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