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domingo, 25 de novembro de 2012


 

Os efeitos colaterais e adversos mais comuns durante o tratamento da hepatite C com interferon e ribavirina



ATENÇÃO: não todos os pacientes sofrem necessariamente qualquer um dos efeitos listados, ainda, ninguém vai sofrer todos eles. Observe que o tratamento é complicado, mas não é nenhum bicho de sete cabeças, por isso, a
grande maioria completa totalmente o tratamento. Não faça drama!

Entre os efeitos colaterais e adversos que acomete um maior número de pacientes em tratamento da hepatite C utilizando interferon e ribavirina, colocarei a seguir a relação deles, causado por qual medicamento e qual percentual de pacientes pode atingir.

- Febre, aumento da temperatura corporal, atinge entre 33% e 56% dos pacientes em tratamento, sendo causada pelo interferon. O tratamento utilizado é um analgésico, em geral o acetaminofeno (paracetamol).

- Fadiga e dores musculares, atingem entre 48% e 64% dos pacientes em tratamento, sendo causada pelo interferon. O tratamento utilizado é um analgésico, em geral o acetaminofeno (paracetamol).

- Dor de cabeça, atinge entre 52% e 62% dos pacientes em tratamento, sendo causada pelo interferon. O tratamento utilizado é um analgésico, em geral o acetaminofeno (paracetamol).

- Náusea, atinge entre 52% e 62% dos pacientes em tratamento, sendo causada pela ribavirina. O tratamento é realizado com medicamentos para alívio dos sintomas relacionados com o enjoo, as náuseas e os vômitos. São chamados de medicamentos Antieméticos. Outra importante recomendação é a hidratação do organismo, bebendo água a intervalos regulares durante todo o tratamento. Mudanças na alimentação auxiliam a controlar as náuseas, evitando ou diminuindo a ingestão de alimentos ácidos, condimentados, doces ou gordurosos.

- Dores nas articulações, atingem entre 25% e 34% dos pacientes em tratamento, sendo causadas pelo interferon. O tratamento utilizado é um analgésico, em geral o acetaminofeno (paracetamol). O uso de
suplementos contendo ferro para tentar combater a anemia pode piorar as dores musculares.

- Depressão, atinge entre 29% e 37% dos pacientes em tratamento, sendo causada pelo interferon. O tratamento recomendado é a utilização de medicamentos específicos para tratamento da depressão, sendo importante que o paciente seja acompanhado por um psiquiatra.

- Problemas dermatológicos, atingem entre 22% e 28% dos pacientes em tratamento, sendo causados pelo interferon. O tratamento utilizado é o uso de cremes hidratantes e em casos mais graves cremes contendo corticosteroides. Infectados com hepatite C apresentam maior probabilidade de desidratação, resultando em pele mais seca. O interferon aumenta a desidratação. Importante recomendação para diminuir a secura da pele é a hidratação do organismo, bebendo água a intervalos regulares durante todo o tratamento.

- Neutropenia (baixa nas defesas do organismo), atinge entre 8% e 20% dos pacientes em tratamento, sendo causada pelo interferon. O tratamento utilizado é a redução da dosagem do interferon ou a utilização da filgrastima.

- Anemia, atinge entre 9% e 25% dos pacientes em tratamento, sendo causada pela ribavirina. O tratamento inclui a redução ou descontinuação da dosagem de ribavirina ou a utilização da eritropoetina. Em casos extremos será realizada uma transfusão de sangue. Não se recomenda o uso de suplementos contendo ferro, pois é uma anemia hemolítica, na qual os suplementos não causaram nenhum efeito positivo.

- Trombocitopenia ou Plaquetopenia é a redução do número de plaquetas no sangue, atinge menos de 10% dos pacientes em tratamento, sendo causada pelo interferon. Não existem medicamentos aprovados para aumentar as plaquetas em pacientes em tratamento, sendo então recomendada a redução da dosagem do interferon.

TEMPO MÉDIO QUE COSTUMA DEMORAR EM O EFEITO COLATERAL APARECER:

- Febre, dores musculares, dor de cabeça, dores nas articulações e náuseas acostumam acontecer a qualquer momento durante todo o tratamento, mas em geral não são efeitos que permaneçam o dia todo.

- Depressão, é mais frequente de acontecer a partir semana 12 o 24 do tratamento, mas em pacientes que apresentam sintomas depressivos antes do tratamento pode acontecer logo nas primeiras semanas.

- Neutropenia, aparece entre as semanas 2 e 6 do tratamento.

- Problemas dermatológicos, a pele seca pode aumentar gradualmente durante o tratamento. Vermelhidão e coceira no lugar da aplicação do interferon aparecem minutos após.

- Anemia, não existe um padrão, devendo ser monitorada durante todo o tratamento, mas em geral se acentua a partir da semana 4.

- Trombocitopenia ou Plaquetopenia, não existe um padrão, devendo ser monitorada durante todo o tratamento.

MEU COMENTÁRIO:

O tratamento da hepatite C com interferon e ribavirina é realizado há mais de 13 anos, tempo no qual os efeitos colaterais e adversos já foram identificados e definidos no seu manejo, com estratégias efetivas de prevenção e tratamento de tais efeitos.

A experiência e compressão do tratamento atual da hepatite C teve como resultado um procedimento seguro que atualmente pode ser realizado em consultórios ou unidades de saúde de menor porte, garantindo ao paciente qualidade de vida e adesão a terapia.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Management of Hepatitis C Antiviral Therapy Adverse Effects - Hubert Sung & Michael Chang & Sammy Saab - Curr Hepatitis Rep (2011) 10:33-40


Carlos Varaldo

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