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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

07/02/2013 


Exemplar enfrentamento das hepatites B e C nos Estados Unidos


Comete um crime quem enfrenta as hepatites B e C seguindo a política do avestruz


As pessoas nascidas entre os anos de 1945 e 1964 representam a maior proporção de infectados com as hepatites B e C, e esses vírus são uma importante causa de morte, de acordo a uma pesquisa publicada no mês de janeiro na revista Clinical Infectious Diseases. 

A progressão dos danos causados pelas hepatites B e C, levando a cirroses, o câncer e até a morte já são conhecidos, mas as implicações no "mundo real" da saúde pública ainda não são totalmente conhecidas, apesar de ser alarmante para os governos e autoridades de saúde saber que se encontram perante uma epidemia que afeta entre 7 e 10 vezes mais indivíduos que a AIDS e que desde a metade da década passada passou a matar mais pessoas que a AIDS. 

Os Estados Unidos, cientes da responsabilidade que isso representa realizou por meio do CDC - Centro de Controle de Doenças, um estudo sobre os registros médicos eletrônicos de mais de 1,6 milhões de pacientes adultos, com dados entre janeiro de 2006 e dezembro de 2010, das quais foram selecionados os históricos clínicos de 2.202 pessoas infectadas com hepatite B e 8.810 infectadas com hepatite C. Os resultados encontrados são os seguintes: 

- A metade dos infectados com hepatite B estavam na faixa de idade entre 44 e 63 anos. 

- 57% dos infectados com hepatite B eram do sexo masculino. 

- 75% dos infectados com hepatite C estavam na faixa de idade entre 44 e 63 anos. 

- 60% dos infectados com hepatite C eram do sexo masculino. 

- Dos infectados com hepatite C que foram testados para HIV, a co-infecção foi encontrada em 3% deles. 

- Entre os anos de 2001 e 2010, 22 dos pacientes com hepatite B e 38% dos pacientes com hepatite C foram submetidos a uma biopsia do fígado. 

- Entre os anos de 2001 e 2010 38% dos pacientes com hepatite B e 44% dos pacientes com hepatite C foram hospitalizados. 

- 9% dos pacientes que recebiam cuidados médicos para acompanhamento ou tratamento da hepatite B morreram entre os anos de 2006 e 2010, representando 21,6 mortes a cada 1.000 infectados a cada ano. A maioria das mortes aconteceram em pacientes nascidas entre os anos de 1945 e 1964. 

- 14% dos pacientes que recebiam cuidados médicos para acompanhamento ou tratamento da hepatite C morreram entre os anos de 2006 e 2010, representando 33 mortes a cada 1.000 infectados a cada ano. A maioria das mortes aconteceram em pacientes nascidas entre os anos de 1945 e 1964. 

Os pesquisadores confirmam que a taxa de mortalidade nos infectados com hepatite C é três vezes superior a taxa de mortes na população em geral. Além disso, a idade dos mortos por culpa de hepatite C acontece em uma idade relativamente jovem, em media aos 57 anos.

Concluem os autores que os resultados mostram a urgente necessidade de encontrar o maior número de infectados que nasceram entre os anos de 1945 e 1954, preparando a infraestrutura necessária para oferecer atenção médica e se necessário tratamento. 

MEU COMENTÁRIO

Exemplar a conduta do governo dos Estados Unidos demonstrando preocupação com o custo social que representa a epidemia das hepatites B e C, as quais afetam entre 7 e 10 vezes mais indivíduos que o HIV, mata mais que a AIDS, mas que lamentavelmente não recebe a atenção necessária dos governos. 

A solução no enfrentamento das hepatites B e C certamente não encontrará resultados realizando campanhas para que as pessoas usem preservativos nas relações sexuais. Isso é tentar esconder o problema da população, uma política de "avestruz".

(Diz a sabedoria popular que as avestruzes para ignorar um problema colocam a cabeça num buraco, dessa forma, sem enxergar o problema, acham que ele não existe, não tomando então nenhuma providencia para solucionar o problema). 

Também, não serão conseguidos resultados colocando a estratégia do enfrentamento das hepatites aos cuidados dos serviços que existem para AIDS. O primeiro passo, caso exista real seriedade e vontade política é criar a nível federal uma estrutura de planejamento estratégica que possa desenhar o enfrentamento com visão para os próximos cinco anos. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
AC Moorman, SC Gordon, LB Rupp. Baseline Characteristics and Mortality among People in Care for Chronic Viral Hepatitis: The Chronic Hepatitis Cohort Study. Clinical Infectious Diseases 56(1):40-50. January 1, 2013. 


Carlos Varaldo
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