Especialistas debatem as hepatites virais no Brasil
e na América Latina
Segundo a
OMS, cerca de 300 milhões de pessoas são portadoras dos vírus das hepatites B e
C em todo o mundo. No Brasil, 26 mil pessoas estão em tratamento para as
hepatites B e C, oferecido pelo SUS
O perfil
das hepatites virais no Brasil e na América Latina e a avaliação das medidas de
prevenção dessas doenças são os principais temas debatidos na reunião do
Conselho de Prevenção da Hepatite Viral (VHPB), grupo internacional composto
por representantes da Organização Mundial de Saúde, Centro de Controle de
Doenças nos Estados Unidos e União Europeia, com sede na Universidade da
Antuérpia (Bélgica).
Intitulado
“Prevenção e controle das Hepatites Virais no Brasil e em outros países
latino-americanos, as lições aprendidas e o caminho a seguir”, o encontro
reúne, até esta sexta-feira (21), em Brasília, representantes dos Estados
Unidos, da Europa, de países latino-americanos e os coordenadores estaduais dos
comitês técnicos de hepatites virais do Brasil, sob a coordenação do
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, em
conjunto com a Sociedade Brasileira de Hepatologia e Organização Pan Americana
de Saúde (OPAS).
Durante a
abertura do encontro, na noite de ontem (19), o diretor do Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, destacou o trabalho realizado pelo
Brasil na prevenção das hepatites virais. O diretor citou a incorporação da Terapia
Tripla (uso dos primeiros antivirais no mercado, com acesso amplo a esses
medicamentos).
Das 26
mil pessoas em tratamento para a hepatite B e C atualmente no Brasil, cerca de
seis mil já utilizam a terapia tripla. A expansão da faixa etária da cobertura
de vacinação contra a hepatite B, para 49 anos; a oferta de testes de triagem
das hepatites B e C na rede pública, e, ainda a ampliação do diagnóstico e
prevenção da transmissão vertical das hepatites B e C no Projeto Rede Cegonha
também foram abordados pelo diretor, durante a abertura do evento.
Também
participaram da abertura do evento o representante da Organização Pan-Americana
da Saúde e Organização Mundial de Saúde/OPAS, Joaquin Molina; o presidente da
Sociedade Brasileira de Hepatologia; o presidente do Instituto de Doenças
Infecciosas e Vacinas da Universidade de Antuérpia, Pierre Van Damme; e o
Diretor de DST/Aids, Hepatites e Tuberculose da Organização Pan-Americana de
Saúde - OPAS/OMS Washington, Massimo Ghidinelli.
O
encontro tem como principal objetivo instrumentalizar os serviços públicos de
saúde em diversos países para o enfrentamento das hepatites virais que são
consideradas endemias mundiais. O VHPB se reúne duas vezes por ano em
diferentes países para discutir o histórico de políticas públicas e o
enfrentamento de problemas específicos relacionados às hepatites virais. Em
2014, o Brasil foi escolhido como sede do encontro devido aos esforços do país
no enfrentamento das hepatites virais, sendo o único país da América Latina que
possui políticas públicas para a vacinação, acesso ao tratamento e assistência
farmacêutica de alto custo.
AÇÕES DO
BRASIL -
Em 2013, o Ministério da Saúde promoveu a ampliação do acesso à vacina contra
hepatite B para as pessoas com até 49 anos. A vacina é oferecida gratuitamente
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em qualquer posto da rede pública. A medida
beneficia cerca de 150 milhões de brasileiros. Em 2012, mais de 70 milhões de
brasileiros se vacinaram contra a hepatite B. A vacinação, que acontece desde 1998,
passou a incluir públicos prioritários tais como gestantes, manicures,
tatuadores, profissionais do sexo e homens que fazem sexo com homens (75,3% da
cobertura vacinal).
O Brasil
se destacou no cenário internacional pela incorporação simultânea dos medicamentos
tenofovir, adefovir e entecavir; a revisão dos protocolos terapêuticos das
hepatites B e C; a implementação de testes rápidos para as hepatites B E C; a
inclusão do boceprevir e telaprevir para o tratamento da hepatite C, drogas que
fazem parte da mais moderna classe de medicamentos para combater a doença no
mundo, com taxa de eficácia de até 80%.
A partir
de 2011, o Ministério da Saúde passou a disponibilizar no SUS testes rápidos
para hepatites B e C, com resultados em 30 minutos. Foram investidos R$ 10,6
milhões para a aquisição de 3,6 milhões de testes oferecidos nos Centros de
Testagem e Aconselhamento (CTA) das capitais do país. Em seguida, os testes
foram estendidos às unidades básicas de saúde. No mesmo ano, o Ministério da
Saúde ampliou o uso do medicamento interferon peguilado para início de
tratamento.
CENÁRIO
MUNDIAL - A
Organização Mundial de Saúde estima que existam mais de 300 milhões de
portadores do vírus da hepatite B e C no mundo, além de bilhões de indivíduos
ainda suscetíveis às hepatites de transmissão hídrica, como é o caso das
hepatites A e E. A hepatite Delta, uma forma particularmente severa entre as
hepatites virais, atinge populações vulneráveis de regiões mais isoladas da
Ásia e África, e, no Brasil, possui maior incidência na Amazônia.
RESOLUÇÃO
- O
Brasil propôs à Organização Mundial de Saúde (OMS) uma nova resolução,
reconhecendo as hepatites como um problema de saúde pública. Entre as
recomendações está a necessidade de ações de prevenção, acesso universal ao
tratamento de hepatites virais para todos, diagnóstico e tratamento das
hepatites virais. A resolução será apresentada na Assembleia da OMS, em maio
desde ano.
Por
Luciano Demetrius, da Agência Saúde/ASCOM-MS
Atendimento à imprensa:
(61) 3315.3580
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