Setembro
27, 2013 - 17:31
Gestores estaduais discutem
acesso ao tratamento da hepatite C
A reunião
apresentou diretrizes e estabeleceu fluxos simplificados para a implantação de
novos medicamentos contra a hepatite C no SUS
Conteúdo
extra:
A
atualização das diretrizes e o estabelecimento de fluxos necessários para
garantir o acesso simplificado ao tratamento da hepatite C no Sistema Único de
Saúde (SUS) constituíram tema de reunião nesta sexta-feira (27), em Brasília.
No encontro, foi apresentado o novo suplemento ao Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções.
O
objetivo da reunião, segundo Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, é “avaliar pela primeira vez,
em conjunto com os gestores estaduais que fazem a distribuição dos medicamentos
na ponta, o que está funcionando e o que precisa ser melhorado nos fluxos de
distribuição dos primeiros antivirais de ação direta disponíveis no SUS, o
boceprevir (BOC) e o telaprevir (TVR)”.
Desde sua
implantação este ano, os novos medicamentos, que pertencem à classe dos
inibidores da protease (IP), já foram distribuídos para aproximadamente 500
pacientes. A meta é acessar cerca de 5.000 pacientes em um ano.
Para José
Miguel, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde, presente à abertura do evento, a reunião
“demonstra um esforço e o nível de sintonia entre o Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais e a Assistência Farmacêutica do Ministério no sentido de
intensificar e aperfeiçoar o diálogo para o desenvolvimento e a melhoria das
ações conjuntas que facilitem e promovam o acesso dos pacientes aos novos
medicamentos”.
O
encontro foi aberto pelo diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites
Virais, Fábio Mesquita, que traçou um breve panorama dos 11 anos de criação de
um programa sistematizado de combate às hepatites virais no Ministério.
Mesquita
destacou que atualmente as hepatites virais têm tomado uma nova dimensão dentro
do cenário mundial das doenças infecciosas, constituindo, por exemplo, uma
doença com mortalidade maior do que a aids nos EUA, de acordo com dados do
Ministério da Saúde daquele país. Esse novo panorama mundial se refletiu em uma
maior valorização das hepatites dentro do contexto do Departamento de DST, Aids
e Hepatites viras. Fábio Mesquita destacou três eixos principais de trabalho que
refletem esse novo cenário.
Primeiramente,
ressaltou a criação, dentro do Departamento, de uma coordenação especialmente
destinada às hepatites virais.
Em
segundo lugar, houve a necessidade de qualificação dos dados sobre as hepatites
no país, uma vez que as informações disponíveis não são suficientes para
avaliar a dimensão das hepatites e o seu possível impacto no Sistema Único de
Saúde (SUS). Para isso, foi criado um grupo de trabalho, coordenado pelo Prof.
Dr. Eduardo Massad, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da
USP, que irá elaborar um modelo matemático para qualificar os dados das
hepatites virais, de forma a avaliar melhor seu impacto no sistema de saúde do
país. O terceiro eixo de trabalho foi tema da reunião dessa sexta-feira, com a
discussão de novos fluxos que promovam o acesso aos novos medicamentos.
O Brasil
é o único país em desenvolvimento no mundo que oferece diagnóstico e tratamento
universal para as hepatites virais, em sistemas públicos e gratuitos de saúde.
Foi também o país que defendeu, na Assembleia Mundial de Saúde de 2010,
recomendações importantes, a exemplo da criação do Dia Mundial de Hepatites
Virais como estratégia para dar visibilidade a essas doenças, até então
negligenciadas. O país recentemente efetivou a ampliação do acesso à vacina de
hepatite B para pessoas de até 49 anos, além da incorporação de novos
medicamentos, como os inibidores de protease, para os portadores de hepatite C.
Estiveram
presentes à reunião coordenadores estaduais de programas de hepatites virais e
da assistência farmacêutica, assim como representantes de comitês técnicos
assessores estaduais de hepatites virais de todo o país. Também participaram do
encontro coordenadores dos programas municipais de hepatites virais de algumas
capitais, como Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
Como a
incorporação desses medicamentos no SUS foi concedida exclusivamente para
determinados pacientes (monoinfectados pelo genótipo 1 do HCV e com fibrose
avançada), a reunião serviu também para apresentar, além das recomendações
baseadas no uso racional dos medicamentos, novas indicações baseadas na
história natural da infecção nos pacientes com fibrose menos avançada e que não
tiveram sucesso em tratamentos prévios.
A
organização não governamental Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite
repercutiu a publicação do novo protocolo, afirmando a necessidade deste para o
tratamento.
“Conforme
prometido pela nova direção do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais,
resultado da discussão de alto nível acontecida, acaba de ser publicado o novo
Suplemento ao Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e
Coinfecções (tratamento com telaprevir e boceprevir) para tratamento no sistema
público de saúde.
Hoje,
sexta-feira, 27 de setembro, está sendo apresentado o novo Suplemento ao
Protocolo aos gestores estaduais em Brasília, com o estabelecimento dos fluxos
necessários para garantir o acesso simplificado ao tratamento da hepatite C.
Serão apresentadas aos gestores as simplificações das recomendações,
procedimentos e critérios de inclusão no tratamento com medicamentos de ação
direta contra o vírus da hepatite C, incorporados no SUS há um ano. Os
primeiros antivirais de ação direta disponíveis são o boceprevir (BOC) e o telaprevir
(TVR), que pertencem à classe dos inibidores da protease (IP).
Diferentemente
do protocolo existente, que possuía 54 páginas, o novo Suplemento resume os
seus pontos principais em somente 24 páginas, sendo 11 as destinadas ao fluxo
do tratamento, de forma muito mais simples e lógica para entender o tema e
evitar confusões.
Parabéns
ao Dr. Fabio Mesquita e Jorge Eurico por cumprirem rapidamente a promessa
realizada.”
Fonte: http://www.aids.gov.br/
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