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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Reunião de Hepatite C Tratamento e diagnóstico da hepatite C é discutido por especialistas internacionais em Brasília

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Reunião de Hepatite C

Tratamento e diagnóstico da hepatite C é discutido por especialistas internacionais em Brasília


A expectativa é usar a reunião como base para a construção de uma proposta futura visando a melhoria do diagnóstico e tratamento da hepatite C no âmbito do SUS


Um resumo das Notícias do Dep. de DST, Aids e Hepatites Virais disponível em http://www.aids.gov.br/noticia/2013/tratamento-e-diagnostico-da-hepatite-c-e-discutido-por-especialistas-internacionais-em-

Os rumos do diagnóstico e tratamento da hepatite C foram objeto de discussão em reunião científica realizada pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nos dias 16 e 17 em Brasília, a "Reunião de Alto Nível Científico em Hepatite C" congregou até esta terça-feira especialistas internacionais para discutir a chegada de medicamentos antivirais mais eficazes, com menos efeitos colaterais, e seu impacto na saúde pública.

O evento discute o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas atuais e os possíveis tratamentos inovadores no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS): universal, público e gratuito.

Dentre os participantes, destacam-se o Dr. João Silva de Mendonça (do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo), o Dr. Evaldo Stanislau Affonso de Araújo (da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), o Dr. Antonio Alci Baroni (da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Edison Roberto Parise (gastroenterologista da Universidade Federal de São Paulo) e o Dr. Evandro Sobroza de Mello (da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). Entre os participantes internacionais, com as seguintes presenças: Dr. Hara Dahari (da Loyola University Medical Center e Los Alamos National Laboratory), Dr. Jordan Jay Feld (de Toronto Western Hospital e Universidade de Toronto), Sabot David (da Association gaia-Bus methadone) e Stephen John Polyak (da Universidade de Washington).

Carlos Varaldo, do grupo Otimismo, e Danielli Fragoso, do grupo Esperança, também participam ativamente das discussões nos dois dias.

"Os dois dias de trabalhos e discussão que tivemos foram importantes como base para a construção de uma resposta do governo brasileiro às hepatites virais, pois precisamos contar com todos os atores: representantes das sociedades científicas, especialistas internacionais e sociedade civil", explicou Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, ao final da reunião na tarde desta terça-feira. Segundo ele, "a partir desse exercício de pensamento coletivo baseado na experiência de ponta dos diversos atores e das evidências científicas, poderemos, em conjunto, enfrentar melhor os desafios que o diagnóstico e tratamento da hepatite C nos traz dentro do Sistema Único de Saúde (SUS)".

Em seguida, Fábio Mesquita, diretor do Departamento, apresentou um panorama do estado atual e as perspectivas para o enfrentamento da hepatite C no Brasil. Para o diretor, as hepatites estão entre as prioridades do Departamento, o que se refletiu na criação recente de uma coordenação específica dentro da instituição. Além disso, está prevista a adoção de uma série de medidas que facilitem o acesso aos medicamentos de hepatites virais, como os novos inibidores de protease recentemente disponibilizados no SUS para os pacientes de hepatite C.

Especialistas brasileiros e estrangeiros abordaram diferentes aspectos científicos da hepatite C, como a incorporação de novos medicamentos, além da análise do atual protocolo clínico e das diretrizes terapêuticas adotadas pelo Ministério da Saúde. O objetivo foi debater como e quem tratar dentro do Sistema Único de Saúde a partir da experiência trazida pelos pesquisadores internacionais e da perspectiva do desenvolvimento tecnológico de novos medicamentos.

O Dr. Stephen John Polyak, da Universidade de Washington, Estados Unidos, iniciou o segundo dia de reunião apresentando os aspectos relevantes do diagnóstico e manuseio das mutações e resistências do vírus da hepatite C. Em seguida, o diretor do Serviço de Moléstias Infecciosas do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, o Dr. João Silva de Mendonça, apresentou a biologia molecular do vírus. Logo após, o professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, o Dr. Evandro Sobroza de Melo, apresentou uma análise dos métodos invasivos e não invasivos da avaliação do fígado.

O período da tarde foi destinado às apresentações de outros atores importantes no combate às hepatites, com as perspectivas das sociedades científicas apresentadas pelo professor associado da Universidade Federal de São Paulo, Edson Parise, e o ponto de vista dos pacientes nas apresentações de Carlos Varaldo, do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, e de Danielle Fragoso, do Grupo Esperança, ambas organizações da sociedade civil que lutam pelos direitos dos pacientes portadores desses agravos.

Com o fim do encontro, a expectativa é usar as sugestões apresentadas para a construção de uma proposta futura para melhoria do diagnóstico e tratamento da hepatite C no âmbito do SUS.

A atualização das informações estratégicas sobre as hepatites virais no Brasil será objeto de um estudo cujos trabalhos serão iniciados em uma reunião nesta quarta-feira, em São Paulo. Para Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, que participa da reunião na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a iniciativa se faz necessária, pois os dados disponíveis não são suficientes para avaliar a dimensão das hepatites e o seu possível impacto no Sistema Único de Saúde (SUS).

Atualmente, têm-se como fonte de dados confiáveis apenas os registros de notificação compulsória e um estudo de prevalência coordenado pela Universidade de Pernambuco, de base populacional, das hepatites virais A, B e C em algumas capitais brasileiras. "Nossos dados atuais são parciais e provavelmente subestimam a dimensão do problema. Esse grupo de trabalho, que inclui especialistas em modelagem matemática de doenças infectocontagiosas, visa a estimar os casos de hepatites B e C e seu impacto no Sistema Único de Saúde (SUS)", explicou o diretor.

O grupo será coordenado pelo Prof. Dr. Eduardo Massad, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. Para Fábio Mesquita, "a criação desse grupo faz parte de um novo momento das hepatites virais dentro do Departamento, que se alinha com uma série de modificações em curso, como a criação de uma coordenação específica para esses agravos, a ampliação do diagnóstico e o início da flexibilização da dispensação do tratamento para as hepatites B e C".

Fábio Mesquita lembra que o Brasil é o único país em desenvolvimento no mundo que oferece diagnóstico e tratamento universal para as hepatites virais, em sistemas públicos e gratuitos de saúde. Foi também o país que defendeu, na Assembleia Mundial de Saúde de 2010, recomendações importantes, a exemplo da criação do Dia Mundial de Hepatites Virais como estratégia para dar visibilidade a essas doenças, até então negligenciadas. O país recentemente efetivou a ampliação do acesso à vacina de hepatite B para pessoas de até 49 anos e a incorporação de novos medicamentos, como os inibidores de protease, para os portadores de hepatite C.

Um resumo das Notícias do Dep. de DST, Aids e Hepatites Virais disponível em http://www.aids.gov.br/noticia/2013/tratamento-e-diagnostico-da-hepatite-c-e-discutido-por-especialistas-internacionais-em-





Carlos Varaldo
e-mail: hepato@hepato.com - e-mail opcional: grupootimismo@gmail.com
www.hepato.com

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