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domingo, 15 de setembro de 2013

Um futuro brilhante na luta contra a hepatite

15/09/2013


Um futuro brilhante na luta contra a hepatite


Coloco a seguir um resumo do Editorial da revista "Nature Medicine" do mês de julho de 2013, a qual apresenta uma serie de analises e perspectivas na pesquisa e esforços clínicos no desafio que representam as hepatites B e C para a saúde mundial.

Esforços de pesquisa voltados para o tratamento nas últimas décadas conseguiram avanços importantes. No entanto, mais trabalho é necessário para atingir os objetivos de prevenir a transmissão e tratamento da infecção para eliminar o enorme fardo da hepatite em todo o mundo.

As hepatites B e C são responsáveis por alta carga de morbidade e mortalidade associada à infecção crônica.

Um dos principais desafios é a sua progressão em silêncio, sem sintomas na fase aguda. A infecção é geralmente assintomática, causando danos no fígado, desenvolvendo cirrose décadas mais tarde em até 30% das pessoas infectadas com hepatite C e a possibilidade de cirrose é ainda maior em pessoas infectadas com hepatite B no nascimento ou durante a primeira infância.

A falta de testes diagnósticos de anticorpos e, pior ainda, a incompleta confirmação por biologia molecular dos casos positivos para encontrar os indivíduos com o vírus ativo, resulta em estimativas incorretas de infectados, aumentando a transmissão.

No caso da hepatite C estudos recentes mostraram que menos de 50% dos infectados em Estados Unidos sabiam da sua condição (Hepatology 55, 1652 - 1661, 2012), um número que certamente é maior em países ou regiões a possibilidade de testagem é ainda menor.

Os efeitos adversos do tratamento com interferon peguilado e ribavirina faz com que muitos pacientes desistam, por medo, de realizar o tratamento antiviral, contribuindo para a persistência viral na comunidade e o aumento da prevalência da doença crônica.

Novos medicamentos estarão mudando o cenário terapêutico, e a meta de erradicar o vírus não parece ser tão distante como se imaginava cinco anos atrás, não obstante o alto custo dos novos medicamentos será o grande desafio.

Tratamentos para hepatite C livres de interferon poderão ser uma realidade brevemente beneficiando os infectados, inclusive os não respondedores ou intolerantes ao interferon. Embora estudos de longo prazo são necessários para avaliar a segurança e toxicidade, as estratégias de tratamento livres de interferon podem ser o futuro do tratamento.

O "Santo Graal" para erradicar o vírus da hepatite C seria uma vacina profiláctica. Uma vacina para hepatite C ainda é um desafio difícil de atingir, em parte devido à falta de sistemas experimentais para estudo do vírus e pela falta de modelos com animales para testar a efetividade das vacinas. Ainda, para complicar, por se tratar de um vírus com alta persistência e enorme diversidade genética.

Na hepatite B uma vacina preventiva aplicada em massa, com melhores praticas médicas e estilo de vida saudável apresenta resultados impressionantes no controle de novas infecções.

Os objetivos da prevenção da infecção, retardando a progressão da doença e de cura da hepatite crônica exigem o aumento das pesquisas e esforços clínicos na abordagem da terapia. As empresas farmacêuticas devem ser encorajadas a manter a pesquisa e os governos devem intensificar a divulgação da testagem, aumentando o financiamento dos setores responsáveis pelo enfrentamento das hepatites.

Apesar de nos encontrar a cada dia mais próximos, ainda estamos muito longe de alcançar as metas propostas para enfrentar esses dois assassinos silenciosos.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
A brighter future in the fight against hepatitis - Editorial - Nature Medicine 19, 791 (2013) doi:10.1038/nm.3269 - Published online 08 July 2013


Carlos Varaldo
e-mail: hepato@hepato.com - e-mail opcional: grupootimismo@gmail.com
www.hepato.co

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