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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Novidades positivas no tratamento da hepatite C

Novidades positivas no tratamento da hepatite C
Postado por Ana Flor | Twitter: @AnimandoC
Este artigo trata de assuntos de extremo interesse dos portadores de hepatite C:  a) avanços na legislação das hepatites B e C; b) inibidores de proteases Telaprevir e Boceprevir; c) novos medicamentos a serem lançados com chance total de cura e d)ações judiciais por tratamento.

Os temas foram abordados por Carlos Varaldo, presidente do Grupo Otimismo, em palestra no Hospital Universitário de Brasília - HUB em 13/07/2013.  Acompanhe abaixo os principais trechos da palestra. 


Carlos Varaldo, presidente do Grupo Otimismo

             
Varaldo iniciou sua fala fazendo considerações sobre advocacy, de modo a convidar os infectados pelos vírus das hepatites a participarem mais ativamente em nossos desafios."Como o Brasil tem hoje o melhor programa de Aids do mundo?" Deve-se às ongs de HIV, o trabalho organizado. Por isso o combate à Aids fortaleceu-se no País.

Apesar de pertencerem ao mesmo departamento no Ministério da Saúde, o investimento em HIV e Hepatite C é muito desigual. Enquanto gasta-se R$ 3.700,00 por infectado com HIV, apenas R$ 450,00 é gasto com o infectado com hepatite C. 

A promessa assinada pelo então diretor Dirceu Greco de que o tratamento da hepatite C tornaria-se estratégico como o tratamento do HIV  até o final de 2012 ainda não foi cumprida. 

Nessa semana, o Senado Federal aprovou projeto de lei do Senador Álvaro Dias que estende aos portadores de hepatite C os direitos dos infectados com HIV. Trata-se de reapresentação do projeto da senadora Ana Júlia Carepa, cujos detalhes você já leu aqui no Animando-C. Agora o projeto encontra-se na Câmara dos Deputados. Mandar email para os relatores de cada comissão pedindo atenção a esse projeto é uma forma de pressão para que ele não seja deixado de lado. Faça sua parte!    

PLS - PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 11 de 2011
Altera a Lei nº 7.670, de 8 de setembro de 1988, e o art.186 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, para incluir os portadores das formas crônicas da hepatite B ou da hepatite C, passando esses a ter todos os direitos que hoje tem os infectados com HIV/AIDS. 
Se aprovado o Projeto na Câmara de Deputados os benefícios serão muitos, desde garantia por acesso aos medicamentos até retirada do fundo de garantia, PIS/PASEP, auxilio doença e aposentadoria facilitada. 
Tendo sido aprovada no Senado Federal, a matéria vai à Câmara dos Deputados em caráter terminativo, isto é, passa pelas comissões sem necessidade de ser votada no plenário. Se aprovada seguirá para sanção da presidente Dilma. 
É importante você se inscrever para seguir a tramitação e assim escrever aos relatores de cada comissão quando receberem o projeto para apreciação. Os Deputados recebendo e-mails dos interessados aceleram o processo, não ficando esquecido em alguma gaveta. 
Acesse http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=99051 e faça o cadastro no Site do Congresso. PARTICIPE! Fonte: Grupo Otimismo

Inibidores de Proteases - Telaprevir e Boceprevir
Quanto ao protocolo dos inibidores de proteases, Varaldo questiona o "padrão FIFA" estipulado pelo Ministério da Saúde. Quer dizer, são colocados como pré-requisitos tantas situações ideais que os estados não conseguem ter o mínimo para tratar os pacientes. 

Esse cuidado excessivo deveria-se ao caráter inédito do uso dos novos medicamentos, que podem apresentar mais efeitos colaterais graves do que o tratamento apenas com interferon mais ribavirina. Você também já leu sobre isso aqui no blog Animando-C: SUS disponibiliza inibidores de proteases Telaprevir e Boceprevir.

No entanto, Varaldo afirma que já foram realizados no Brasil dois mil tratamentos em consultórios (via ações judiciais), o que já confere aos profissionais experiência e massa de dados suficientes para tratar pacientes com esses medicamentos. 


Otimismo na condução das ações de hepatites virais

Apesar de todas as dificuldades que persistem, o momento é de otimismo. Temos à frente do Departamento DST-Aids e Hepatites Virais diretor indicado pelos envolvidos na luta contra as hepatites, que recebeu a seguinte orientação do Ministro da Saúde Alexandre Padilha: "a hepatite precisa deslanchar"

Novos medicamentos para hepatite C

Dois novos medicamentos talvez já sejam aprovados no início de 2014 nos Estados Unidos. Um deles é um inibidor de protease que substituiria o Telaprevir e Boceprevir, cujos resultados das pesquisas apontam percentual de cura para genótipo 1 que pode chegar a 80%

Também estão para ser apresentados até 2015 medicamentos orais que dispensam o uso do Interferon, com possibilidade de cura de 95% a 100%[meus olhos encheram-se de lágrimas nesse momento - fé!]

A parte não muito animadora da notícia é de que eles serão medicamentos muito caros, uma vez que os laboratórios particulares tiveram um gasto de 11 bilhões com essas pesquisas. Sairá muito caro para o governo. 

Essas perspectivas mostram que o maior investimento hoje não deve ser o de prevenção da hepatite C. Apesar de importante, isso não é o maior problema, uma vez que em 15 anos essas pessoas serão tratadas com remédios novos com possibilidade quase total de cura. .  

O maior problema a ser enfrentado é a prevenção da vida de quem está infectado com hepatite C hoje. Isso sairá muito caro, mas precisamos lutar por isso! 

É muito difícil tratar um paciente cirrótico avançado. Precisamos diagnosticar os infectados e tratá-los já. 


Ações contra planos de saúde pelos inibidores de proteases Telaprevir e Boceprevir
Os planos de saúde não cobrem medicamentos e, por esse motivo, podem num primeiro momento negar o fornecimento dos inibidores de proteases. No entanto, esses medicamentos não podem ser comprados pelos cidadãos na farmácia, por serem de uso hospitalar e ambulatorial, o que é coberto pelos planos de saúde.  

A orientação de Varaldo aos advogados é a seguinte: 
·              Solicitar os medicamentos ao plano de saúde formalmente e, em caso de resposta negativa, exigi-la por escrito. 
·              Ingressar no Juizado de Pequenas Causas (não tem custos) exigindo o cumprimento da cláusula do contrato sobre tratamento hospitalar. Atenção: não deve ser solicitado o tratamento (pois o valor extrapolaria o âmbito do Juizado de Pequenas Causas), mas sim o cumprimento do contrato. 
·              Como o plano de saúde negou o medicamento, além de ser obrigado a fornecê-lo, o paciente ainda pode receber indenização por danos morais no valor de R$ 6 mil. 
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Fonte:
Novidades positivas no tratamento da hepatite C 


Postado por Ana Flor - Temas abordados em palestra no Hospital Universitário de Brasília (HUB) em 13/07/2013. Acompanhe no link os principais trechos da palestra. 


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