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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Desejos do ano novo nas hepatites


Desejos do ano novo nas hepatites
MENSAGEM do GRUPO OTIMISMO:

Após quatro anos de inanição e desinteresse pelas hepatites na antiga gestão, fato comprovado pelos números que não deixam mentir, quando o número de tratamentos no SUS ficou praticamente o mesmo nos quatro anos e contra números não existem explicações ou desculpas que possam ser dadas, assim, devemos aceitar que a gestão foi um fracasso. Na metade do ano de 2013 com a chegada de uma nova direção no Departamento DST/AIDS/HEPATITES do Ministério da Saúde o enfrentamento das hepatites no Brasil recebeu uma injeção de animo e esperança para os infectados.

Uma gestão que não dava a menor resposta as reivindicações nas hepatites (nem sequer na AIDS), que tentava agradar um pequeno grupo de ONGs chapas brancas utilizadas como filtro para evitar criticas e bater palmas, obviamente que resultaria em pífios resultados. Mas entramos em 2014 com uma nova gestão, com muitas promessas e como somos otimistas a esperança renasce.

O primeiro passo da nova gestão foi a mudança do logotipo do departamento. O laço deixou de ser totalmente vermelho, cor que representa a AIDS, e passou a ser metade vermelho e metade amarelo, sendo o amarelo a cor das hepatites. Parece pouco, mas é simbólico ao mostrar a prometida intenção de dar visibilidade e destaque as hepatites e seu enfrentamento.

Um setor (ou mini departamento) foi criado dentro do Departamento, para cuidar exclusivamente das ações nas hepatites, com funcionários experientes. Uma velha reivindicação do movimento social que está sendo atendida. Agora temos com quem falar em Brasília.

Reuniões regionais estão sendo realizadas com gestores e ONGs para conhecer as diferentes realidades, pois é necessário acabar com a concentração de tratamentos nos sete estados da região Sul e Sudeste, onde são ofertados mais de 80% dos tratamentos. Os menos de 20% dos tratamentos restantes são divididos entre 19 estados e o Distrito federal, uma verdadeira vergonha.


2014


E o que podem esperar em 2014 do governo grupos de pacientes que levam no nome a esperança e o positivismo e, de forma singela, por exemplo, se chamam: Esperança, Vontade de Viver, Unidos Venceremos, Otimismo, ABC Vida, Pró-Vidas, VenCer, UNA-C, Confiantes no Futuro, Gênesis, Hepato Certo, Pró-Fígado, Vencendo Com Cristo, AMHE-C, Viva Melhor, Força e Vida, Hércules, Desbravador, AraçaVida, Direito de Viver, Saúde em Vida, C Tem que Saber C Tem que Curar, e outros em que a memoria pode me trair e por isso peço desculpas por não os incluir.

Pode algum gestor achar que com esses nomes estamos somente para criticar, reivindicar, denunciar, ou estamos aqui para defender os infectados e tentar, caso exista espaço, para colaborar na melhoria do diagnostico e atendimento dos pacientes?

Esperamos que em 2014 os gestores atendam entre outras necessidades (não mais consideradas reivindicações e sim necessidades urgentes) as seguintes: - Elaboração de um novo Conceito de Hepatopatia Grave.

- Obrigatoriedade do teste das hepatites sempre que for realizado um teste da AIDS.

- De vez por todas que os medicamentos que hoje se encontram na lista de "Especializados" passem para a lista de "Estratégicos", tal qual os da AIDS. Não é possível aceitar que no mesmo departamento existam duas formas diferentes de acesso aos medicamentos, com entrega imediata a um paciente com AIDS e com uma demora de até seis meses a um paciente com hepatite, pois isso configura discriminação dos infectados pelas hepatites. Um caso de Direitos Humanos.

- Tal qual os Estados Unidos e outros países que estão aderindo, decretar o mês de maio como o MÊS DA CONSCIENTIZAÇÃO NAS HEPATITES, realizando campanhas de informação, alerta e diagnostico em todo Brasil. É necessário criar sinergia mundial nas ações.

- Quebrar paradigmas na redação dos novos protocolos, autorizando médicos generalistas a tratar os casos mais simples, como o caso de fibrose F1 e F2. Um passo necessário para dar início a preparar a infraestrutura de atendimento quando da chegada dos medicamentos orais.

- Elaborar e publicar manuais de atendimento e cuidados de doentes hepáticos pelos profissionais da enfermagem.

- Capacitar as equipes de médicos de família para recomendar a realização dos testes das hepatites nas famílias atendidas pelo programa que relatarem que já existiu no passado algum caso de hepatite no grupo familiar.

- Autorizar e exigir dos Planos de Saúde o tratamento das hepatites. Se o problema é o custo do medicamento para os planos ambulatoriais, então que o governo passe a fornecer os medicamentos gratuitamente. Isso vai desafogar os hospitais públicos e aumentar a oferta de tratamentos.

- Colocar o teste da hepatite C realizado na saliva nas farmácias, para que o público possa comprar e o realizar em casa, tal qual foi recentemente aprovado para o teste da AIDS.

- Criar um sistema de notificação de verdade, eletrônico e centralizado em Brasília, que seja confiável, pois o atual SINAN, que não foi desenhado para as hepatites, já demonstrou não registrar entre 60% e 80% dos casos. As hepatites necessitam aparecer para que o governo atue com ações. Saúde pública se faz para atender a demanda e se os casos não aparecem o governo não necessita fazer nada.

- Com um número de infectados com hepatites B e C entre 7 e 10 vezes superior aos infectados com HIV/AIDS é necessário que a aprovação de novos medicamentos na ANVISA e sua incorporação no SUS passe a ter prioridade, um tramite acelerado. Não podemos ignorar que as hepatites matam mais que a AIDS. Aguardar dois anos ou mais para aos incorporar no SUS é pensar como no tempo das carroças. O poder da caneta do ministro pode conseguir isso.

- Que seja realizado um cronograma de ações e recursos financeiros para os próximos anos referentes a todas as ações de diagnostico, tratamentos, incorporação de novos medicamentos, etc. com dados quantitativos e mensuráveis para poder monitorar e auditar.

- Aumentar a visibilidade e representação do movimento das hepatites. Assim como a AIDS possui comissões como a CNAIDS e CAMS é necessário que as hepatites tenham suas próprias comissões de representação e dialogo, sem dividir espaços, sempre minoritários, nas disputas por ações e recursos. Incluindo nessas comissões representantes das sociedades médicas.

- Aumentar a capacidade de realizar campanhas de diagnostico e até a instalação de novos centros de tratamento no SUS com colaboração e participação da indústria.

Todos devem ser responsáveis para melhorar as ações de enfrentamento da maior epidemia da historia da humanidade. Nem o governo, nem a indústria, nem a sociedade médica ou civil de forma individual possuem capacidade para enfrentar o problema. É necessário trabalhar juntos, governo, sociedades médicas, sociedade civil e indústria, pois juntos podemos vencer as hepatites.

Você pode colaborar sugerindo ações. Escreva e mande por e-mail a sua ideia ou sugestão. Juntos discutiremos a possibilidade de ser incluída. Se aceita o Grupo Otimismo vai lutar pela sua implementação.

Que em 2014 os desejos e anseios dos infectados das hepatites virem realidade. Vamos participar, controlar e cobrar!

Um Feliz 2014 a todos.

Carlos Varaldo
hepato@hepato.com
www.hepato.com

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