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quinta-feira, 2 de maio de 2013


02/05/2013


Exames de imagem podem substituir a biópsia


Diversas apresentações orais realizadas no EASL 2013 falam sobre métodos por imagem para avaliar o dano hepático. Embora a biópsia continue sendo o padrão ouro para o diagnóstico de fibrose, exames de imagem a cada vez mais parecem ser um caminho viável para reunir informações equivalentes com menos desconforto ao paciente e risco.

Durante o congresso foram apresentadas diversas técnicas, entre elas a elastografia transitória (Fibroscan), elastografia por ressonância magnética, elastografia em tempo real e elastografia por impulso de força de radiação, e segundo as apresentações todas elas parecem ser tão precisas quanto à biópsia hepática na avaliação quantitativa de fibrose e para a previsão de resultados prognósticos, tais como a morte e a descompensação da cirrose.

O Fibroscan já esta aprovado em muitos países, as outras técnicas ainda precisam passar por ensaios que avaliem sua precisão. Praticamente todas as técnicas trabalham com a propagação de ondas, tal qual um sonar e a resposta recebida consegue avaliar o grau de rigidez do fígado.

Um dos estudos realizados na Espanha com 297 co-infectados HIV/HCV durante os anos de 2005 e 2011 comprovou que os resultados do Fibroscan correspondiam aos resultados das biopsias realizadas para comparação, em especial nos casos de cirrose com resultados do Fibroscan superiores a 21 kPa, quando a semelhança no resultado foi de 100%.

Os pesquisadores explicaram na apresentação oral que cada aumento de 5 kPa de rigidez do fígado calculado pelo Fibroscan representa aproximadamente um aumento de 1 grau na fibrose encontrada pela biopsia.

Em estudo realizado na França com 267 pacientes entre os anos de 2009 e 2013 comparando o Fibroscan com a elastografia por impulso da força de radiação acústica mostra que os dados obtidos por esta última é menos preciso, mas se mostra superior nos pacientes obesos, quando o Fibroscan não consegue obter um resultado preciso.

A elastografia por ressonância magnética para analisar a rigidez do fígado é uma abordagem ainda mais recente, podendo ser usada para gerar vibrações que se propagam através do fígado. Em estudo espanhol com 63 pacientes confirmou a doença hepática gordurosa não alcoólica, incluindo 32 com esteato-hepatite não alcoólica (NASH) e 25 com fibrose significativa.

Para o diagnóstico de NASH a elastografia por ressonância magnética mostrou sensibilidade de 77% e especificidade de 90%. Os valores preditivos positivos e negativos foram de 89% e 79%, respectivamente.

O método possui algumas vantagens potenciais sobre os métodos baseados no ultra-som porque produz imagens de alta resolução do fígado, fornecendo um quadro mais completo da doença hepática e também pode revelar outros tipos de lesão hepática. Gordura corporal dos pacientes também não é um problema para a qualidade de imagem, como o é para a elastografia transitória (Fibroscan).

MEU COMENTÁRIO

Não falta muito caminho a percorrer para que as necessidades de biopsias sejam mínimas, acredito que aproximadamente 90% das biopsias serão substituídas por exames de imagem.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
PERFORMANCE OF LIVER STIFFNESS COMPARED WITH LIVER BIOPSY TO PREDICT SURVIVAL AND DECOMPENSATIONS OF CIRRHOSIS AMONG HIV/HCV-COINFECTED PATIENTS - J. Macias, A. Camacho, M.A. von Wichmann, L.F. Lopez-Cortes, E. Ortega, C. Tural, M.J. Ros, D. Merino, F. Tellez, M. Marquez, J.A. Pineda - EASL 2013 - Oral presentation 20.
FIRST INTENTION-TO-DIAGNOSE COMPARISON OF ARFI AND FIBROSCAN IN CHRONIC LIVER DISEASES - D. Bardou, J. Boursier, V. Cartier, J. Lebigot, S. Michalak, F. Oberti, I. Fouchard-Hubert, M.-C. Rousselet, C. Aube, P. Cales. - EASL 2013 - Oral presentation 15.
PERFORMANCE OF ELASTPQ® SHEAR WAVE ELASTOGRAPHY TECHNIQUE FOR ASSESSING FIBROSIS IN CHRONIC VIRAL HEPATITIS - G. Ferraioli, C. Tinelli, R. Lissandrin, M. Zicchetti, B. Dal Bello, C. Filice. - EASL 2013 - Oral presentation 16. 


Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com 

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